A pedido do
vereador Ricardo Seidelm (REDE) e de ordem do presidente da Câmara Municipal
Jose Carlos Soares (PV), aconteceu audiência publica na manha de ontem (27),
que debateu sobre a criação do Centro de Perícias para Atendimento da Criança e
do Adolescente em Situação de Vulnerabilidade (CPDCA), sob responsabilidade da
comissão permanente de educação, cultura, lazer e turismo. Estiveram presentes
o juiz Delvan Tavares, da Vara da Infância; Alenilton Santos, promotor de
justiça; Fairlano Ayres, delegado da DPCA; Syomara Pereira perita médica e
diretora do centro de Perícias da Criança e Adolescente de São Luis; Jucilene
Reis diretora do CREAS;, Elisângela Melado, presidente da Comissão de defesa da
Criança e Adolescente da OAB; Odair Lima, adjunto da Sedes; Fábio Carvalho,
defensor público da criança e do adolescente; Rodrigo do Carmo, procurador
geral do município e representantes do Conselho Tutelar e de vários institutos,
comissões e entidades de defesa de menores em situação de risco ou agredidas.
A diretora
do Centro de Referencia Especializada de Assistencia Social (CREAS), informou
que esse é o único equipamento publico que faz essa escuta a vitimas de
violencia infantil e mostrou a importancia dos Conselhos Tutelares no
acompanhamento, pois lá são expedidos os exames de conjunção carnal para o IML
e o CREAS tem especialistas para ouvirem os menores, mas não existe um local
especifico. Com a implantação do CPDCA a resolução das o tema e a situação dos
menores será resolvido de forma mais rápida e sem revitimização, pois tudo terá
um único local especializado nessa área.
Dr Fabio
Carvalho, defensor público informou que o Maranhão admitiu sua incompetência e
incapacidade de dar resposta à crianças vitimas de violência sexual e
homicídio, citando o caso dos meninos emasculados ainda na década de 90. “O
estado Maranhão por meio da Secretaria de Segurança Pública se comprometeu a
criar o centro de atendimento, diante da comunidade internacional, para
garantir processos justos e cuidados à vitimas desses abusos. Perícia
especializada porque situações diferentes devem ser tratadas de forma
diferente. Dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os
iguais e desigualmente os desiguais”, disse.
O centro de
perícias é importante não só para resolver casos que repercutem, mas para tudo
que envolve crianças e adolescentes. Para ele, mesmo com todas essas violações
ainda hoje estamos vendo um total descompromisso com a sociedade e
principalmente com a região tocantina. “A sociedade não está satisfeita nem
recebendo a contento o resultado dessas violações a criança e ao adolescente
por falta de estrutura e de profissionais especializados, esses devem ser
tratados com total prioridade é o que diz na constituição. Precisamos de um
centro de perícia já!”, finalizou.
O juiz
Delvan Tavares disse ser louvável toda essa mobilização, pois graças a ela foi
criada a DPCA. Para ele é muito comum se ver meninos e meninas nas ruas e achar
que é um drogado e vagabundo, mas ninguém se pergunta pelo que aquele menor
passou. Se não é um caso de violência física, psicológica ou sexual. “Nos meus
10 anos de vara da infância, sei as dores que uma criança sofre quando é vitima
de qualquer tipo de violência e como isso é determinante para sua vida, não
existe investimento mais rentável que aquele feito na infância. Qualidade da
educação, se a escola funciona, se os professores são bem remunerados, se as
salas são climatizadas, se o conteúdo é cumprido, se as crianças tem merenda
escolar. Coisas simples que devem ser feitas e ficam divagando. O CPDCA é uma
luta que deve ser de todos nós, pois é uma busca de serviços de qualidade, sem
cunho partidário ideológico, pois o publico infantil é o mais afetado por essa
falta de qualidade de serviços, devemos lutar por isso e esse centro é uma
busca por serviço de qualidade”, disse

Para os
vereadores esta foi uma das audiências mais importantes da casa e o desejo é
que se saia do discurso e que todos partam para a ação prática. Carlos Hermes
(PCdoB), Irmã Telma (PROS), Fabio Hernandez, Adhemar Jr e Pedro Gomes (PSC)
Alberto Souza (PDT) e Ricardo Seidel (REDE) se pronunciaram. Foram unânimes em
dizer que famílias e vidas destruídas por essa problemática devem ter um
atendimento especializado.
A educação é
única saída, a partir do grito da sociedade que é ouvido pela casa de leis. Só
assim os legisladores podem através de atos políticos realizarem os anseios do
povo. Agradeceram imensamente pelos esclarecimentos e o que se quer é a qualidade
dos serviços do estado em nome do município.

O que é o
CPDCA
Centro de
Perícias para Atendimento da Criança e do Adolescente em Situação de
Vulnerabilidade (CPDCA) nada mais é que um local especializado com
profissionais e técnicos que fazem exames. Conta com peritos médicos,
psicólogos e assistentes sociais, onde estes podem fazer laudos que servem de
prova para qualquer decisão de forma rápida e sem fragilizar ainda mais a
vítima. Em Imperatriz existem ainda muitos agressores, muitos criminosos
soltos, violentando crianças dentro de suas casas e vizinhanças por falta de
uma CPDCA. Hoje uma criança abusada tem que se submeter a ida à delegacia,
falar com o delegado, depois no IML falar com o perito, depois ao CREAS falar
com a assistente e muitas vezes dividindo o mesmo ambiente com o
agressor/violador e isso constrange, afeta e adoece o menor causando sequelas
permanentes pelo resto da vida, o que com a criação do Centro de perícias seria
evitado, pois exames e atendimentos seriam feitos de forma rápida e reservada,
preservando a imagem, a inocência e resguardado o direito dessas crianças e
adolescentes.
Sidney
Rodrigues - ASSIMP
Foto: Fábio
Barbosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário