 |
Foto:
Divulgação
|
O goleiro
Bruno Fernandes se apresentou espontaneamente à delegacia da Polícia Civil em
Varginha (MG) na tarde de hoje (27) e está sendo encaminhado para o presídio do
município, onde ele declarou possuir residência fixa. Seu retorno à prisão se
dá após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que revogou liminar que o
mantinha em liberdade.
Na
terça-feira (25), após a decisão da corte, Bruno já havia se apresentado à
Polícia Civil, mas foi liberado uma vez que ainda não havia mandado expedido
contra ele. Segundo a Secretaria de Administração Prisional de Minas Gerais,
ele será transferido nos próximos dias para a Penitenciária de Três Corações
(MG). O goleiro ocupará cela individual.
Bruno é
apontado como autor do assassinato de Eliza Samudio, com quem teve um
relacionamento e um filho. Ela desapareceu em 2010, aos 25 anos, e foi
considerada morta pela Justiça. Seu corpo nunca foi encontrado. Na época, o
goleiro atuava no Flamengo. Em 2013, ele foi condenado a 22 anos e três meses
pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de
cadáver. Seu amigo Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, também foi
condenado.
Em fevereiro
deste ano, o ministro do STF, Marco Aurélio Mello, concedeu uma liminar
determinando a soltura de Bruno para que pudesse recorrer em liberdade. Mello
destacou que ele já somava seis anos e sete meses de prisão sem que tivesse
sido condenado em segunda instância.
O ministro
baseou-se em decisão do STF tomada no ano passado, segundo a qual a pena deve
começar a ser cumprida após sentença de segunda instância, o que não era o caso
de Bruno. Ele vinha sendo mantido preso preventivamente desde 2010. De acordo
com o Código de Processo Penal, a prisão preventiva deve atender aos princípios
da proporcionalidade e necessidade, não tendo prazo de duração máxima.
Porém, ao
derrubar a liminar nesta semana, a Primeira Turma do STF considerou que a
soltura de Bruno vai contra a decisão soberana do júri popular, que negou ao
goleiro o direito de recorrer de sua condenação em liberdade. Este foi o
entendimento do ministro relator Alexandre de Moraes, que foi acompanhado pelos
votos de Rosa Weber e Luiz Fux.
A Corte
considerou ainda que a demora no julgamento pela segunda instância se dá pelas
peculiaridades do caso, não podendo ser atribuída à inércia dos órgãos de
Justiça. O caráter hediondo dos crimes também justificaria a manutenção da
prisão. O advogado Lúcio Adolfo, responsável pela defesa de Bruno, não atendeu
as tentativas de contato da Agência Brasil para comentar a decisão.
Boa Esporte
Nos dois
meses em que esteve em liberdade, Bruno voltou a atuar no futebol profissional.
Aos 32 anos, ele fechou acordo com a equipe mineira Boa Esporte, sediada em
Varginha (MG). Diante do anúncio, diversos patrocinadores do clube optaram por
romper o contrato, mas a diretoria manteve o Bruno na equipe.
Bruno jogou
cinco partidas pelo Boa Esporte, que está disputando a segunda divisão do
Campeonato Mineiro. Foram duas vitórias, dois empates e uma derrota. O contrato
do goleiro com a equipe mineira previa a rescisão automática caso ele voltasse
à prisão e ficasse incapacitado de atuar.
Agência
Brasil